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MENTE CLARA E CORAÇÃO ABERTO

Importa escutar o coração, promover a reflexão, ter momentos de silêncio com Deus, deixá-Lo entrar na nossa vida e no nosso coração. Sentir a sua presença e deixar que ele fale ao nosso coração e guie os nossos passos.

O discernimento é uma qualidade essencial para uma vida plena e significativa.
Por definição, o discernimento é a capacidade de avaliar, compreender e tomar decisões sábias e informadas. No cerne do discernimento está a necessidade de uma mente clara e um coração aberto. Para discernir com sabedoria, devemos estar dispostos a questionar as nossas próprias suposições, crenças e preconceitos. O discernimento requer humildade intelectual e emocional.

Um aspeto crucial do discernimento é a capacidade de analisar criticamente as informações que recebemos. No mundo atual, somos inundados por uma avalanche de informações, muitas vezes contraditórias. Importa ter a capacidade de avaliar fontes e verificar factos.
No entanto, o discernimento não se limita apenas à análise racional. Muitas vezes, a nossa intuição oferece-nos perceções valiosas que nos ajudam a tomar decisões alinhadas com a nossa verdadeira essência. Ao integrar a razão e o coração, podemos tomar decisões mais holísticas e autênticas.

O discernimento também está intrinsecamente ligado à ética e aos nossos valores pessoais. Ao fazer escolhas, devemos considerar não apenas as consequências imediatas, mas também o impacto a longo prazo em nós mesmos, nos outros e no mundo ao nosso redor.
Além disso, o discernimento requer paciência e reflexão. Às vezes é necessário dar um passo atrás, avaliar diferentes opções e ponderar as possíveis consequências antes de agir.

Para nós, cristãos, que nos sabemos filhos amados por Deus, é essencial saber ouvir o nosso coração, ouvir a voz do Espírito Santo, a voz de Deus.

Importa escutar o coração, promover a reflexão, ter momentos de silêncio com Deus, deixá-Lo entrar na nossa vida e no nosso coração. Sentir a sua presença e deixar que ele fale ao nosso coração e guie os nossos passos.
Para mim, não é fácil encontrar um ritmo de trabalho que facilite estes momentos de estar só, connosco e com Deus. Há nas Religiosas do Sagrado Coração de Maria um modo simples e bonito de discernimento. São mulheres que escutam o Espírito nos seus corações, nas Escrituras, na Igreja e nas realidades do mundo que as rodeiam. É na meditação e na fé que reconhecem a vontade de Deus; participam ativamente e corresponsavelmente na busca do bem e unidade de todo o Instituto, procurando discernir a vontade de Deus para melhor o servir, encorajadas e inspiradas pela vida de Gailhac. Nesta procura, comprometem-se a viver a oração pessoal e comunitária, o perdão e a reconciliação e a avaliar as suas vidas à luz do Evangelho. A comunidade é o seu ponto de referência na tomada de decisões.

As RSCM colaboram com a ação de Deus para a transformação do mundo, um mundo mais solidário, mais justo e harmonioso, em todas as suas Obras e Ministérios. Em cada dia procuram estar atentas aos apelos da Igreja, das necessidades, das prioridades e das capacidades das Irmãs e de todo o Instituto, num processo de discernimento diário, e em Conselhos e Capítulos Provincial e Geral, que resulta da reflexão e avaliação da vida e missão do Instituto.

Nas lideranças, o discernimento assume ainda mais importância.

As nossas decisões têm um forte impacto na organização que lideramos, nos colaboradores e naqueles a quem servimos. Para discernir qual a melhor decisão, no período de tempo que temos para decidir, importa refletir, ponderar, estudar, praticar a empatia e ouvir a opinião dos outros. Sempre que possível, e seguindo o exemplo das Irmãs, procuro que as decisões sejam tomadas por todos. A probabilidade de tomarmos boas decisões aumenta quando estas têm o contributo de outros, ou seja, quando praticamos uma liderança colaborativa.

Serafim Assunção e Costa
Diretor Pedagógico do CSCM - Fátima